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Foto do fundo: Auto-retrato - São Miguel do Oeste - SC by Alice Elaine

sexta-feira, 27 de março de 2015

Advogada!!!

O mar by Alice



Sempre que alguém me diz que eu deveria cursar uma faculdade eu penso em algumas opções, não tão seriamente porque eu não quero gastar meu tempo num banco colegial que forma, na maioria das vezes, bons 'coladores'.
Mas, se eu fizesse algum curso pra valer, que me ensinasse verdadeiramente mais do que sou capaz de aprender usando as ferramentas que a internet me oferece (por favor não pensem que sou arrogante ou extremamente autoconfiante, mas realmente não acredito que um curso universitário ensine alguém que não quer aprender, mas que auxilie os estudos de alguém que realmente busca uma orientação profissional), eu cursaria, talvez uma Engenharia Civil, Arquitetura ou Direito.
Com relação a última opção, eu acredito que não duraria muito tempo na profissão, ou então me tornaria uma pessoa odiada e temida.
Justifico meu argumento apenas citando o meu fervor quando defendo quem eu acredito estar com a razão, ou aqueles nos quais eu acredito merecerem o perdão por seus erros.
Com esta ideia em mente, o tema de meu discurso de apresentação ante um juri seria em defesa da humanidade!
Porém, antes de meus argumentos soarem o Advogado do Diabo já teria sussurrado aos ouvidos de todos no grande salão. Teria lembrado a todos as agruras da Vida que os homens fazem questão de acentuarem. Teria contado relatos de guerras, a morte de crianças e mulheres, atrocidades contra animais e o meio-ambiente. Com certeza teria minado o pensamento de todos com a lembrança de velhos amigos traidores, de pessoas hipócritas e ambiciosas. Criado a repulsa aos pedófilos e violadores. Revelaria o horror dos amantes do poder que matam por poder e dinheiro. Sem escrúpulos riria do olhar aterrorizado das mulheres e homens diante da morte de uma criança faminta. Aumentaria sua voz e criaria o pavor ao revelar perversões e descaso. Alistaria torturas em nome de Deus, morte, dor e sofrimento...
Ao final, este Advogado cruel, cujo salário é a própria Morte, pediria o Veredicto... a Extinção da Raça Humana.
Eu, em contra-partida, iria começar minha consideração pela reação emocional que todos no juri tinham inevitavelmente sentido. Todas as revoltas e dor diante das injustiças citadas, todas vieram de humanos. Todos nós somos capazes de sentir estas emoções se não possuirmos uma doença degenerativa e mental. Todos os humanos sentem amor e compaixão. Todos querem a justiça e querem viver em PAZ. Todos nós amamos nossos filhos e amigos. Todos nós desculpamos da melhor maneira as pessoas nas quais temos empatia, e sim, somos capazes de nos colocar no lugar de outros e sofrer com eles. Somos humanos! Amamos os animais inferiores! Muitos de nós cuidamos dos animais com tanta responsabilidade quanto cuidaríamos de nossos próprios filhos.
Além de tudo isso, ainda somos capazes de rir com gatinhos brincando com bolinhas de papel. Somos felizes com o barulho da chuva ou do mar. Admiramos o por do sol e o dividimos com a nossa inteligência por meio de fotos e vídeos. Escrevemos cartas de amor e consolo. Somos capazes de sentir satisfação ao nos alimentarmos e ainda tornar uma refeição ainda mais saborosa para quem amamos. Cozinhamos para outros por amor. Cuidamos de nosso pais e avós por amor. Sofremos com a perda e esperamos rever nossos entes queridos. Sentimos tanto prazer com a pessoa que nos identificamos, criamos um mundo perfeito e maravilhoso pela simples razão de amar. O mundo todo desaparece diante das emoções geradas pelo toque de duas mãos apaixonadas e olhares sinceros...
É como se um novo universo de emoções e possibilidades fossem criados com o simples sentimento de duas pessoas, sentido por mães, filhos, pais e casais.
Enfim... quantos argumentos eu poderia usar, lendo a mente de cada jurado, vendo a satisfação em cada olhar, explorando toda a criação terrestre que corresponde a todos os sentimentos humanos, como o conforto do calor de uma lareira num dia frio, o abraço quando nos sentimos sozinhos, o sentimento do amor em uma carta distante, do beijo à noite e à sós, a sensação de frescor do banho no verão, ter a fome e a sede saciadas...
Para finalizar, meu argumento seria a Vida pela Vida!
Se alguém que tinha uma Vida perfeita a colocou fora para experimentar o diferente foi o culpado, ele já pagou com a própria vida perfeita dele, porém deixou-nos esta dívida... No entanto, outro alguém se ofereceu para pagar nossa dívida e as custas de sua própria vida humana perfeita pagou por todos nós e equilibrou nossa balança. Apagou com sua própria Vida os argumentos maus e testemunhou a favor de todos nós. Provou que somos capazes de sermos melhores do que somos.
Deixou um modelo de como devemos agir quando formos iguais a Ele, e temos que acreditar que seremos. Temos que nos esforçar para ser, mesmo que pensemos o contrário! ELE acreditou em nós!
Nos resta acreditarmos tanto Nele quanto em nós mesmos...
Em suma... eu usaria minha Vida inteira para defender esta tese, defender a humanidade e defender o Criador dela!!! É a profissão e é a carreira que eu escolhi para mim!!!!
Defenda também a Humanidade... não é toda ela que merece morrer, só os que deixaram de fazer parte dela!

segunda-feira, 9 de março de 2015

Diálogo Virtual da Mulher Invisível e o Homem Ideal

Desretrato by Altemir


Seu nome, querida?
Muito prazer!... Mas, meu nome não importa. Seremos conhecidos para toda a vida, mesmo que isso dure apenas os minutos, ou até mesmos as horas do bate-papo... Não adianta insistir num nome, eu sei que tu mentiria o teu também... talvez até sua profissão, altura e cor dos olhos... normal... As pessoas por aqui não são iguais ao que dizem, aqui tu pode ser o que idealizar, ser decidido, interessante e até quase um herói, sem exagerar, pois senão ninguém iria poder fingir acreditar na tua história. Ah, meu nome? Pois é, tenho tantos nomes preferidos e significativos, mas mesmo que eu dissesse meu nome próprio iria soar como um escolhido da lista.
Não quer que eu diga o meu nome?
Ah, pra quê? Tenho certeza de que seria um nome repleto de explicações e valores gregos, saxões ou árabes.
Então vamos ao papo... Sobre o que gosta de fazer, um pouquinho da tua vida...
Eu poderia te falar qualquer coisa um tanto quanto perigosa, aventureira, excepcional ou uma história triste e traumatizante de cortar o coração: minha mãe me abandonou, meu pai não queria que eu nascesse, meus irmãos e colegas caçoavam de meus defeitos (que não vão parecer tão ruins assim), enfim, o que puder imaginar para me tornar um personagem aclamada pela crítica.
Mentira?!
Capaz! Completa verdade de uma imaginação comum, só psicóticos falam a verdade com tanta naturalidade e não sentem remorso por isso.
Me manda uma foto!
Sério que tu quer ser enganado desta maneira? As fotos mentem, os espelhos é que não... e mesmo assim, há aqueles de circo ou parques de diversão...
Tem medo?
Tenho! Assim como tu não sabe quem eu sou e eu nem sei o seu nome, como saberei que tu não és uma legião ou um pervertido completo?
Isso não tem graça...
Infelizmente as pessoas acham graça na completa desgraça! Se algo é simples, lógico e nítido é simplório demais para instigar uma pessoa a deter sua atenção, porém se é algo complexo, difícil de entender e exige estudo torna-se incompreendido e se algo realmente valer a pena, ah, isso não interessa mais pra ninguém. Vive-se de apenas 140 caracteres de cada vez...
Veio aqui pra quê, então?
Por incrível que pareça eu nasci aqui. Preciso sobreviver neste meio. Sou uma estranha dentro de um mundo que não me conhece, que me ignora... Eu sei que tu não tem culpa de não me entender tanto quanto eu gostaria, mas, eu não entendo teu estilo de vida também...
Quer dizer que se eu quiser realmente ser seu amigo tu não irá acreditar?
Tu quer ser meu amigo? Mas, eu nem te conheço? Tu nem sabe meu nome, não sabe o que eu faço da vida e nem do que eu gosto...
...
Eu sabia que não era verdade... Ninguém está aqui para um papo sério e verdadeiro!

Onde estão?