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Foto do fundo: Auto-retrato - São Miguel do Oeste - SC by Alice Elaine

terça-feira, 5 de abril de 2016

O Papel e o Lápis

Cavalo - Grafite by Alice



Uma folha em branco para mim é como um convite para criar e explorar um novo universo! Um lápis de grafite macio é o meu instrumento de construção de uma obra emocional e utópica. É quase impossível descrever o sentimento gerado por apenas estes dois itens diante dos meus olhos, no alcance da minha mão. O papel é representação das possibilidades infinitas. O lápis é a matéria-prima a ser moldada. O desenho é a expressão consumada dos pensamentos profundos, dos esforços e da alma.

Não importa que meus traços sejam infantis, ou toscos, que o tema seja lírico, abstrato ou mesmo natural. Não importa que signifique algo para quem olha e não vê, e também pouco importa que toda a obra seja apenas um ponto. Sou eu naquele papel, são os meus instintos e o peso da minha mão.

Aos poucos os esboços ganham contornos mais definidos. Passam-se os segundos, os minutos e as horas, em alguns, também se passam os dias, os meses e talvez os anos. Na mente, o desenho é dinâmico e mutante. O que antes era apenas um horizonte distante agora é um campo coberto por gramíneas e cravejado de árvores, ao longe nota-se o velho casebre e a criação animal. Aos poucos a vida vai brotando da ponta do grafite.

O papel vai ganhando cores imaginárias, mesmo com o matiz de chumbo. O vento balança as folhas e os cabelos e sopra o nosso rosto. O som dos pássaros e dos cascos dos cavalos se fazem presente. O cheiro da fumaça que corta o céu, saindo da pequena chaminé, fica impregnado no ar. A estradinha de terra faz o convite para se andar descalço e caminhar até o fim da última curva. As águas cristalinas serpenteiam os vales e refrescam nossos pensamentos com a sua brisa.

A relação entre a obra e o lápis é inversamente proporcional. A medida que os retratos, paisagens ou os subconscientes tomam forma e se definem, o grafite se desfaz na ponta do lápis, aos poucos o corpo longilíneo torna-se mais franzino e pequeno. O lápis e o papel vão tornando-se um, igual a um processo químico, são elementos distintos que ao serem combinados resultam numa mistura perfeita.

Quando seu coração estiver cheio, seja de amor, carinho, amizade ou mesmo, sobrecarregado com a tristeza, o rancor ou o ódio, se a sua mente estiver deprimida e desesperada, experimente a terapia do papel e do lápis. O resultado será surpreendente, para você e para quem entender as suas emoções.

Eu amo me imprimir em um desenho!!!

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