Pedreira by Alice |
Como conviver com um transtorno do humor
OS TRANSTORNOS do humor são assustadoramente comuns. Só para citar um exemplo, calcula-se que mais de 330 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão grave, condição caracterizada por tristeza devastadora e perda de prazer em realizar as atividades diárias. Estima-se que em 20 anos, depois das doenças cardiovasculares, a depressão será a moléstia que atingirá o maior número de pessoas. Não é de admirar que, entre as doenças mentais, a depressão seja considerada ‘tão comum quanto um resfriado’.
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A imprevisibilidade dos distúrbios bipolares
A depressão clínica sem dúvida é um problema difícil. Mas quando é acompanhada por períodos de euforia, a doença é chamada de distúrbio bipolar. “A única coisa previsível a respeito do distúrbio bipolar é que ele é imprevisível”, diz Lucia, que tem essa doença. Nas fases de mania, diz o The Harvard Mental Health Letter, a pessoa “pode se tornar insuportavelmente inconveniente e dominadora, e a euforia descomedida e agitada pode facilmente transformar-se em irritabilidade ou raiva”.
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Diferentemente da depressão, o distúrbio bipolar parece afetar homens e mulheres na mesma proporção. Na maioria dos casos, a doença se manifesta no início da fase adulta, mas pode acometer adolescentes e até crianças. No entanto, mesmo para os especialistas, não é nada fácil analisar os sintomas e chegar a um diagnóstico correto. “O distúrbio bipolar é o camaleão dos transtornos psiquiátricos. Os sintomas variam de um paciente para outro, e o mesmo paciente pode apresentar sintomas diferentes a cada episódio”, escreve o Dr. Francis Mark Mondimore, da Universidade Johns Hopkins de Medicina. “Ele pode acometer a pessoa com melancolia profunda, desaparecer por anos, e daí atacar novamente — mas com uma euforia desmedida.”
Torna-se claro que os transtornos do humor são difíceis de diagnosticar, e conviver com eles pode ser ainda mais difícil. Mas a situação não é sem esperança.
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Sintomas da depressão profunda
● Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos duas semanas
● Perda de interesse em atividades que antes davam prazer
● Perda ou aumento significativo de peso
● Dormir demais ou, ao contrário, sofrer de insônia
● Rapidez ou vagarosidade fora do normal no desempenho de atividades motoras
● Fadiga excessiva, sem causa discernível
● Sentimentos de inutilidade e/ou de culpa sem fundamento
● Diminuição na capacidade de concentração
● Pensamentos recorrentes de suicídio
Alguns desses sintomas podem também indicar distimia — uma forma de depressão branda, porém mais crônica
NOTA: A lista acima se destina a fornecer uma visão geral e não servir como base para autodiagnóstico. Também, alguns dos sintomas podem ser indicativos de outras doenças além da depressão.
(Despertai 8 de janeiro de 2004, páginas 4 à 6)
Mau humor crônico é uma doença?
De acordo com a revista Veja, cerca de 4% da população do mundo sofre de mau humor crônico (ou DISTIMIA), que é fruto de uma disfunção química. O médico Táki Cordás, professor de psiquiatria da Universidade de São Paulo e representante da campanha da OMS de esclarecimento desse distúrbio no Brasil, explica que alguns tendem a se isolar, outros ficam irritados à toa e há os que encontram no trabalho uma muleta para a vida. Ao lidar com os que sofrem de distimia crônica, o Dr. Cordás recomenda a paciência. “O tratamento é feito com o auxílio de remédios e demora.”
(Despertai! 22 de setembro de 1997, página 29)
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